Análise de DOOM - Vale a pena jogar?
Descubra como Doom (2016) reviveu uma das franquias mais icônicas dos jogos de tiro em primeira pessoa. Nesta análise completa, exploramos o frenético combate, a ambientação infernal e o retorno triunfante do Doom Slayer, agora em uma experiência brutal e moderna.
ANÁLISE
O que é Doom?
Doom é um reboot da icônica franquia de jogos de tiro em primeira pessoa (FPS) desenvolvida pela id Software e publicada pela Bethesda. Lançado em 2016, o jogo marcou o retorno de uma série que ajudou a definir o gênero FPS na década de 1990.
No início, Doom (1993) se tornou um fenômeno cultural, conhecido por sua ação rápida e intensa, onde os jogadores enfrentavam hordas de monstros infernais com um vasto arsenal de armas poderosas. Com uma mistura de terror e adrenalina, o jogo original influenciou muitos títulos que vieram depois, consolidando-se como um dos pilares da indústria dos videogames.
Com o passar dos anos, a série Doom passou por algumas transformações, e a ideia de um reboot surgiu como uma oportunidade de trazer a fórmula clássica para um público moderno. Doom, então, reviveu a essência frenética dos jogos antigos, com batalhas aceleradas, violência gráfica estilizada e um foco no movimento constante.
O objetivo do reboot era simples: fazer o jogador se sentir como o mais letal caçador de demônios do universo, enfrentando os horrores do inferno sem piedade. O jogo conseguiu capturar esse espírito e agradou tanto fãs antigos quanto novos jogadores, tornando-se um dos títulos mais bem recebidos daquela geração.
História e Ambientação:
Em Doom, você assume o papel de Doom Slayer, um guerreiro lendário que é despertado em Marte em meio a uma catástrofe. A Union Aerospace Corporation (UAC), uma megacorporação que realiza experimentos científicos e militares, abriu portais para o Inferno como parte de suas pesquisas. O resultado? Uma invasão demoníaca em larga escala que ameaça não só a base em Marte, mas também a própria humanidade.
A trama de Doom é propositalmente simples. O foco aqui não é uma narrativa complexa com reviravoltas emocionantes, mas sim uma experiência direta e brutal. A história serve como um pano de fundo para o verdadeiro objetivo do jogo: combater hordas de demônios de forma intensa e implacável.
O que realmente se destaca em Doom é a ambientação. A base da UAC em Marte mistura tecnologia avançada com uma estética sombria e industrial. Você percorre corredores enferrujados e laboratórios abandonados, onde a presença demoníaca é sentida a cada passo. Aos poucos, o cenário vai se deteriorando e se transformando em algo ainda mais infernal, com sangue e símbolos demoníacos espalhados por todos os lados. O contraste entre a tecnologia futurista e os horrores do inferno cria uma atmosfera única que mantém o jogador imerso do começo ao fim.
Em suma, a narrativa de Doom funciona como uma fundação sólida para a ação incessante, enquanto a ambientação sombria contribui para uma experiência intensa e memorável.
Jogabilidade:
A jogabilidade de Doom é marcada por sua velocidade frenética e fluidez de combate. Em vez de se esconder atrás de coberturas ou adotar uma abordagem cautelosa, o jogo incentiva você a estar sempre em movimento, correndo, saltando e esquivando-se dos ataques inimigos. O combate é uma dança constante de ação e agressividade, onde parar significa a morte.
Uma das principais características que definem a jogabilidade de Doom é a variedade de armas e a necessidade de alterná-las durante os combates. Cada arma tem um papel específico para enfrentar diferentes tipos de demônios, e o jogo recompensa os jogadores que sabem como utilizar todo o arsenal à sua disposição. Desde a escopeta devastadora até o icônico lançador de foguetes, você precisará de todas elas para sobreviver.
As "Glory Kills" são outro elemento central do jogo. Quando os inimigos ficam enfraquecidos, eles brilham e entram em um estado vulnerável, permitindo que o jogador se aproxime para uma finalização brutal. Essas execuções são rápidas e satisfatórias, além de recompensar o jogador com itens vitais como saúde e munição. Esse sistema não só adiciona um toque visualmente impactante à jogabilidade, como também incentiva o jogador a adotar uma postura ofensiva, já que muitas vezes a melhor maneira de se curar é eliminando seus inimigos de forma direta.
Diferente de muitos jogos modernos, Doom não possui regeneração automática de vida. Isso significa que a sobrevivência depende inteiramente de sua habilidade de administrar recursos e derrotar inimigos para recuperar saúde. Esse design cria um estilo de jogo que valoriza a agressividade. Quanto mais rápido e eficientemente você eliminar os demônios, mais chances terá de continuar em pé.
Em resumo, Doom oferece uma experiência de combate visceral e recompensadora, onde a velocidade, violência e o movimento constante são essenciais para sobreviver ao caos infernal.
Armas e Inimigos:
Em Doom, o arsenal de armas é tanto uma homenagem aos clássicos da franquia quanto uma parte essencial da experiência de combate. Embora o jogo ofereça um número relativamente limitado de armas(8), cada uma delas é cuidadosamente projetada para ser útil e impactante em diferentes situações. Desde a clássica escopeta até o devastador BFG 9000, todas as armas têm seu momento de destaque, e o jogo incentiva você a experimentá-las ao máximo.
A escopeta, por exemplo, é perfeita para combates próximos, permitindo que você derrube inimigos menores de maneira rápida e eficiente. Em contraste, o lançador de foguetes e o canhão Gauss são ideais para inimigos mais resistentes e em maior número. Não existe uma "arma fraca" em Doom; todas têm suas utilidades, e o design do jogo é feito para que você use todo o seu arsenal para sobreviver. A escassez de munição também é um incentivo para que você alterne constantemente entre armas, explorando diferentes estilos de combate.
Os inimigos de Doom também variam enormemente, tanto em aparência quanto em comportamento, e cada um exige abordagens diferentes. Os zumbis e imps, por exemplo, podem não ser tão desafiadores individualmente, mas se tornam perigosos em grupos, pressionando o jogador com ataques rápidos. Por outro lado, os inimigos mais poderosos, como os Barons of Hell e os Cyberdemons, são verdadeiros desafios, exigindo maior poder de fogo e estratégia para serem derrotados.
O design do combate de Doom faz com que cada arma e inimigo desempenhe um papel crucial. As armas foram criadas para se complementar, e a variedade de inimigos mantém o combate dinâmico. Alguns demônios exigem precisão com armas de longo alcance, enquanto outros forçam o jogador a usar armas de curto alcance para derrotá-los rapidamente. Esse equilíbrio entre armas e inimigos cria uma jogabilidade intensa, onde cada encontro é uma oportunidade para experimentar novas estratégias e se adaptar às circunstâncias.
Em resumo, Doom se destaca por entregar um combate equilibrado e diversificado, onde tanto o arsenal quanto os inimigos são cuidadosamente projetados para manter o jogador em constante estado de alerta e ação.
Gráficos e Som:
Doom é visualmente impressionante, com gráficos que capturam perfeitamente a brutalidade e a atmosfera sombria do jogo. Os cenários, desde os corredores metálicos da base da UAC em Marte até as paisagens infernais distorcidas, são ricos em detalhes. A estética é uma combinação de tecnologia avançada e decadência infernal, criando um ambiente opressivo e imersivo. Cada local é projetado com cuidado, utilizando uma paleta de cores que reflete o caos e a desolação, ao mesmo tempo em que mantém o jogador engajado.
Os inimigos também foram meticulosamente desenhados. Os demônios em Doom têm aparências grotescas e aterrorizantes, cada um com um visual único que os torna facilmente reconhecíveis em meio ao caos das batalhas. O design detalhado dos monstros, com texturas nítidas e animações fluidas, contribui para a sensação de perigo constante. Além disso, os efeitos visuais das armas, como os disparos da escopeta e os raios do canhão Gauss, são espetaculares, adicionando uma camada extra de impacto ao combate.
No entanto, o que realmente eleva a experiência visual de Doom é a trilha sonora, composta por Mick Gordon. A música é uma fusão intensa de heavy metal e sons industriais, perfeitamente sincronizada com o ritmo frenético do jogo. A trilha sonora não só complementa a ação, mas também intensifica o clima de tensão e urgência. À medida que os combates se tornam mais caóticos, as guitarras distorcidas e os batimentos eletrônicos aceleram, criando uma imersão total no mundo infernal de Doom.
O design de som também merece destaque. Desde o som estrondoso das armas até os gritos demoníacos e os ruídos ambientais, cada detalhe sonoro foi cuidadosamente trabalhado para criar uma experiência auditiva envolvente. A combinação dos efeitos sonoros com a trilha sonora de Mick Gordon resulta em uma atmosfera eletrizante, onde o som desempenha um papel vital em manter o jogador no centro da ação.
Em resumo, Doom impressiona tanto nos gráficos quanto no som, entregando uma experiência audiovisual que não apenas complementa a jogabilidade, mas também a eleva a um novo nível de intensidade e imersão.
Modo Multijogador e SnapMap:
Além da intensa campanha solo, Doom oferece um modo multijogador que busca expandir a experiência frenética do combate para confrontos entre jogadores. No entanto, diferente do modo single-player, o multijogador adota uma abordagem mais arcade, com partidas rápidas e um foco em power-ups e armas espalhadas pelo mapa. Embora a jogabilidade ainda seja rápida e brutal, muitos jogadores relataram dificuldades em encontrar salas ativas, especialmente com o passar do tempo após o lançamento. Isso torna a experiência multiplayer mais frustrante, com tempos de espera longos e uma base de jogadores menor do que o esperado para um jogo dessa magnitude.
Outro elemento adicional em Doom é o SnapMap, uma ferramenta que permite aos jogadores criarem e compartilharem seus próprios mapas e modos de jogo. Em teoria, o SnapMap deveria ser uma forma de estender a longevidade do jogo, permitindo à comunidade criar conteúdos personalizados. No entanto, na prática, o processo de criação de mapas pode ser lento e pouco intuitivo. A interface, embora funcional, apresenta uma curva de aprendizado íngreme, o que acaba afastando muitos jogadores que preferem uma experiência mais direta. Isso limita o potencial do SnapMap, que poderia ter sido uma ferramenta mais poderosa se fosse mais acessível e fácil de usar.
Embora o modo multijogador e o SnapMap ofereçam adições interessantes ao pacote completo de Doom, ambos enfrentam desafios em termos de acessibilidade e longevidade, ficando aquém do brilho e intensidade da campanha principal.
Conclusão:
Doom (2016) conseguiu capturar a essência do jogo original, trazendo de volta o combate frenético, brutal e implacável que definiu a franquia. A id Software fez um trabalho notável ao reviver uma série clássica e adaptá-la para o público moderno, mantendo o foco na ação e na adrenalina que tornaram o primeiro Doom tão icônico.
No entanto, apesar de suas muitas qualidades, o jogo não é perfeito. Problemas como o multiplayer deserto, a criação de mapas complicada no SnapMap e a possibilidade de a jogabilidade se tornar repetitiva para alguns jogadores podem ser pontos de frustração. Ainda assim, Doom é um jogo incrível, que, apesar de suas falhas, oferece uma experiência memorável para os fãs de jogos de tiro em primeira pessoa.
Na minha opinião, Doom é um título que realmente vale a pena conferir, especialmente se você puder adquiri-lo em uma promoção ou através do Xbox Game Pass. Com uma campanha intensa e um combate visceral, o jogo ainda se destaca como uma das melhores experiências FPS dos últimos anos. Minha avaliação final para Doom é uma sólida nota 8.75.
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